O início

Descubra o novo ouro de Minas Gerais

Por Priscila Brandao

Quando recebi o convite da Nextracker para fazer o documentário sobre geração centralizada de usinas solares, pensei: finalmente, vou ver de perto uma usina de grande porte dessa tecnologia revolucionária, chamada energia solar.

A missão do projeto era mostrar o desenvolvimento na região do norte de Minas Gerais, a partir da chegada dos parques solares e como essa nova empreitada interferiu no bom sentido na realidade das comunidades.

Rio São Francisco, Minas Gerais
Vendo de perto a grandiosidade da usina solar

Minas foi escolhida porque é o estado que aparece em primeiro lugar no ranking de geração centralizada no país.
Não que o assunto fosse desconhecido pra mim.

Apresentando o podcast e um programa de internet da ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica – por três anos, já entendia o potencial do setor, afinal o Brasil tem um dos melhores recursos solares do planeta.

E agora em maio de 2023 , o país acaba de superar a marca de 29 GW de capacidade instalada, juntando geração centralizada e geração distribuída, aquela que é produzida por sistemas acoplados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. São duas Itaipús de potência.

A geração centralizada é responsável por 8,5 GW de capacidade instalada, fruto de R$ 42,2 bilhões em novos investimentos, de acordo com a ABSOLAR.

E estar no meio de painéis gigantes, sentindo na pele literalmente o calor do sol se transformando em energia, foi uma experiência renovadora.

A Viagem

Eu e minha equipe de filmagem, além das responsáveis pelo marketing global da Nextracker(link), Kristan Kirsh e da América Latina, Carina Barbosa, voamos de São Paulo a Montes Claros. De lá pegamos os carros e começamos nossa jornada por três municípios do norte de Minas – Pirapora, Várzea da Palma e Janaúba – para visitar os parques solares instalados nesses locais.

Nada como ter passado mais de uma década viajando Brasil afora, fazendo reportagens para o programa Globo Rural, para me sentir preparada para as estradas mal sinalizadas, a poeira dos caminhos de terra e passar dias carregando de um lado pro outro malas de roupas misturadas com equipamento de ponta da produtora.

E calor.

Ah, o calor do norte de Minas!

Um certo dia olhei no termômetro e marcava 46 graus. Às seis e meia da tarde!

Isso foi numa das diárias de gravação do pôr do sol, que resultou numa imagem deslumbrante do contraste da luz com os painéis.

Equipe Nextracker comigo na usina: Carina e Kristan (da esquerda para a direita)

Encarando o Desconhecido

Eu e Juliana Santos, Diretora de Asset Management na América Latina

Usávamos EPIs – equipamentos de proteção individual – o tempo todo. Botas, perneiras, camisas de mangas longas, calças compridas, coletes sinalizadores, óculos escuros e capacetes eram essenciais para garantir nossa segurança.

Mas pra quem está acostumado a gravar às vezes até de bermuda, foi um desafio principalmente para os “guris” da produtora.Tem que chamar assim afinal eles são gaúchos.

Ninguém reclamou.

Até porque era a maneira mais confiável de entrar no parque, para andar entre as linhas de painéis montados diretamente na terra em cima de suportes de mais ou menos um metro e meio de altura, já que por ali costumam passar cobras, aranhas e dizem até onças.

Acha que estou exagerando?

Pois antes de deixar a sede das usinas, recebíamos uma aula explicativa de mais ou menos 30 minutos e nelas fomos alertados de tudo isso.

Andando no campo dos painéis fotovoltaico com a equipe Nextracker

Sem medo de nos sentir na floresta, encarávamos o desconhecido todos os dias e nenhuma ocorrência perigosa aconteceu. Eu bem que torcia para ver uma oncinha, mas o máximo que a natureza silvestre me presenteou foi com a presença de uma linda coruja aproveitando a sombra de um dos painéis.

Pela norma, era proibido tocar nos equipamentos solares porque por ali corre a energia gerada pelas placas até a subestação, para distribuição até à rede. E sempre era preciso andar em comboio, com um dos responsáveis pela usina nos guiando.

Um dia o carro em que eu estava com o diretor de cena Gustavo Mittelmann e o diretor de fotografia Eduardo Rosa se perdeu do comboio, por causa da poeira que o carro da frente levantou. Mas fomos resgatados logo.

Realmente, não dá pra andar sozinho por lá, não só por segurança, mas também pela dimensão.
Só pra se ter uma ideia, um dos complexos tem uma área de três mil hectares, o equivalente a quatro mil e trezentos campos de futebol. É do tamanho da cidade de Nova York, nos confirmou Kristan, que é americana.

Tecnologia de Ponta

E o incrível foi entender como funciona a tecnologia desenvolvida pela Nextracker(link).

Os painéis são móveis. Em muitas outras usinas solares, o painel é fixo em apenas uma posição.
A vantagem de movimentar as placas é que elas rastreiam o movimento natural do sol, desde o comecinho do dia até escurecer.

Inspeção de qualidade do smart module do tracker NX Horizon

Além disso, no parque mais novo, as placas são bifaciais, produzem energia do lado de cima, diretamente da incidência solar, e na parte de baixo, por causa do reflexo da luz batendo no chão. Isso é possível porque a tecnologia diminui o ponto de sombra no solo. Com o tracker, ou rastreador, o aumento na produção de energia chega a trinta por cento em média, dependendo da região.

Tudo isso funciona automaticamente, através de um software que se comunica com uma caixinha, sem cabos, na própria estrutura metálica dos painéis e de um sistema mecânico que faz o giro de forma autônoma dos módulos, que chegam a pesar quarenta quilos cada. Durante a noite, as placas ficam numa posição considerada de segurança para evitar que algum vento forte ou qualquer intempérie que danifique a estrutura.

Transformando Vidas

Por tudo isso já teria valido a pena estar nesse projeto. Mas a jornada me reservava muito mais.

Conheci profissionais super capacitados, com experiência no exterior e de uma responsabilidade peculiar para manejar tanta engenharia de ponta. E pessoas especiais das próprias comunidades onde as usinas foram instaladas, e que tiveram suas vidas transformadas de um jeito ou de outro com a chegada dos parques solares. Mas esse é o assunto do próximo capítulo aqui do blog.

Eu e a Ramony na escola de Quem-Quem, onde ela e dezenas de mulheres recebera treinamento de melhores práticas de instalação de rastreadores solares
Ramony trabalhando na usina Hélio Valgas

Sustentabilidade

Mercado de Quem-Quem, próximo ao complejo solar de Janaúba

Ainda não mencionei a alegria de estar lidando um assunto que muito me interessa.

É que esse universo da solar fotovoltaica constrói um planeta melhor pra nós. E percebi que todos os envolvidos nele, desde os responsáveis pela construção das obras até os moradores dos municípios, abraçam a causa com muito orgulho.
Afinal, estamos falando de fonte de energia limpa e renovável, que não emite gases de efeito estufa, que tanto fazem mal para a terra.

Dona Li servindo refeições em seu espaço em Quem-Querm
Kaká e sua equipe na cozinha, Pirapora
Cotidiano ao redor do Rio São Francisco, Pirapora
A capacidade das usinas solares em grande escala do Brasil

Energia solar fotovoltaica é acesso à eletricidade em áreas remotas. É redução nos custos da conta de luz para moradores e empresas. É criação de empregos diretos e indiretos. E é sustentabilidade ambiental. Parte fundamental para nossa transição energética.

Dados da ABSOLAR mostram que desde 2012, a energia solar trouxe para o Brasil R$ 143,9 bilhões de novos investimentos, criou mais de 870 mil empregos e gerou mais de R$ 42,8 bilhões em arrecadação para o governo. É, sem dúvida, um bom começo.

Pra mim foram dez dias de emoção e deslumbramento a cada nascer do sol. E fonte de esperança a cada entardecer.

#DoOuroAoSol

É a Energia Solar Transforma Vidas.

Investindo em nossa Comunidades.

Construindo um Futuro Sustentável.